11 julho 2013
Âncora.
Aquele momento em que a raiva já não vaza pela boca, nem seus gestos, nem expressão facial deixa escapar sequer um feixe dessa luz vermelha que cresce dentro de você.
Aquele momento em que você se cansa, até mesmo de tentar expressar, de tentar explicar, de tentar entender...
Aquele momento perigoso em que você não põe mais nada pra fora, porque é melhor não machucar ninguém...
Quando a panela de pressão já está zunindo e soltando fumaça aos quatro lados desesperadamente.
Quando o casco de carne e pele não aguenta mais, e as estruturas ósseas não se sustentam mais sozinhas.
Quando deitar significa algo mais valioso do que realmente é, e partir na busca do que há de mais diferente dentro de sí próprio é uma viagem sem rumo.
Naquele momento em que se dá conta de que não precisa mais ouvir, não precisa mais aguentar, não precisa mais suportar, não precisa mais carregar nada daquilo que é âncora.
não precisa... mas o faz.
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