25 setembro 2013

Primavera.

Começa a primavera, e no mesmo instante o primeiros botões de rosas começam a se abrir, começa também um batuque interno dentro do peito dos mais sensíveis, principalmente dos jovens a procura de uma paixão de se perder o fôlego. Essas existem! e se não tomar cuidado ela toma todo o seu fôlego, e te deixam morto no chão sem ar nem nada mais.

Começa o florescer das cores, nas roupas, nas peles, nos olhares... 

Começa também a contagem de pétalas arrancadas em busca de sorte, em busca de amor, em busca de "verdade", a ilusão de que se está sempre flutuando numa nuvem de algodão e que nenhum problema é grande o suficiente para alcançá-los.

Começa uma forçação de barra pela felicidade, e a procura de rostos andando por ai com seus sorrisos abertos travados na altura da bochecha sem nenhuma razão aparente. Sorrisos esses por trás de olhos tão vidrados que quase se ouve aquele som de oco como se ouve em conchas brancas quase polidas trazidas pelo mar, mas que não carregam nada dentro de sí. 

O eterno som do vazio se faz mais audível do que o sensato silêncio de quem está completo.

Começa a dor no peito daqueles que são sozinhos... sozinhos consigo mesmo, sempre tentando encontrar algo mais que nenhuma das milhares de pessoas ao seu redor podem lhe dar.

Termina o período de luto da natureza, termina a fase das quedas, termina o frio que te faz se abraçar ao dormir e perceber que no final das contas os únicos braços que sempre estarão prontos para te receber serão os seus próprios.

Termina a paz de quem não tem necessidade de aparentar felicidade plena em todos os momentos do dia, TODOS os dias. Os que enxergam um pouco diferente a realidade como ela teima ser, e não exige de ninguém sorrisos e olhinhos estatelados de emoção em cada "Oi" e "Bom dia" que tiver que enfrentar pela frente.

Mas a Primavera chegou.
E acima de tudo, Primavera não se trata de "Começar" muito menos de "Terminar".

Primavera é Renascer, é mais uma chance, é tentar e saber que pode falhar.

Afinal, todo ano ela volta, pra te assombrar ou tranquilizar, e nunca depende só de você.