15 janeiro 2013

A sensação...



Fazia tempo desde a última vez que havia sentido esse peso contra a coluna que dá na boca do estômago, me lembro com muita clareza das vezes que sentia isso.

Na grande parte das vezes acontecia um pouco antes de encontrá-la, mais ou menos naqueles momentos em que não se tem fome e nem se respira direito, quando você fica tentando arrumar a postura para parecer mais alto e aparentar ser alguém arrumado, e os joelhos não tremem, mas unicamente porque se fica muito concentrado se esforçando para que eles te mantenham de pé.

E quando chega, o abrir de braços acontece naturalmente como um florecer em velocidade aumentada, sem exigir nada de pensamento ou contração muscular. Infelizmente acontece o mesmo com o sorriso que se abre e se trava de um jeito que simplesmente é incontrolável, que acaba denunciando toda a grande explosão de felicidade que com tanto esforço eu vinha tentando manter escondidinho aqui dentro para não aparentar tanta ansiedade e desespero.

Eramos diferentes, enquanto todo mundo só falava das mesmas coisas e agiam da mesma forma, nós ficávamos isolados no nosso canto inventando diferentes jeitos de imaginar com que todos explodissem. 

Ainda assim éramos carinhosos, tínhamos nossos 'apelidinhos' e formas infantis de falar um com o outro, sem deixar que o mundo nos visse nessa forma imbecil e de pouca dignidade a qual ficamos expostos enquanto estamos apaixonados. Como de costume eu sempre falava um pouco mais, enquanto você só olhava, ria, e fazia curtos comentários das bobagens que eu imaginava ou sonhava.

A sensação também doía as vezes, mas doía de um jeito bom. Como quando nos abraçávamos extremamente forte desejando secretamente que o tempo e o mundo congelasse ao nosso redor, e a força de um puxando o outro era como uma tentativa de entrar na pele fundindo os dois corpos em apenas um. A sensação era permanente. Enquanto dormia ela queimava no meu peito, e desde a hora de acordar até a hora de me deitar novamente ela doía como uma fome que não se mata comendo.

Mas o pior da sensação, e o que mais se assemelha a esse momento, era de quando os minutos no relógio pareciam pular de cinco em cinco, fechávamos os olhos e já sofriamos por antecipação da separação iminente. Dizer adeus doía demais, e a vontade de sumir juntos era tanta que as pontas dos dedos tinham força suficiente para erguer uma árvore. Infelizmente não fortes o suficiente para continuarem se segurando.


Heitor de Mendonça Batista

11 janeiro 2013

SER

Se te faz bem, Fica assim!
não aposta no que vais perder certamente.

Se te acalma, Permanece!
não perdes a cabeça praqueles que te querem ver sem.

Se são lágrimas, que sejam de fogo!
para que ardam na pele do rosto,
para que escorram como lava sobre rocha,
para que transformem o puro inferno em Diamante!

Se for viver, Siga,
Não te prendas naquilo que te acorrenta,
Não pense em desistir.

E nunca se abaixe,
Minha princesa.


Heitor de M. Batista