19 dezembro 2011

O chão sob meus pés.

...

Às vezes, fica difícil de respirar... eu sei.

E por mais que todo o mundo diga... e que você realmente acredite que com o tempo tudo vai melhorar... as vezes fica difícil de enxergar esse chão pavimentado a sua frente.

Um passo de cada vez...

como num sonho...

em que o seu caminho vai se abrindo aos poucos,
conforme seu deslocamento, afastando a névoa que está próxima demais,
é assustador eu sei.
mas porque tem pressa?
Na maioria das vezes é por tentarmos correr para sair dessa névoa é que nos perdemos ainda mais...

eu certa vez corri...
sob um piso negro que não refletia luz alguma,
dentro de uma névoa densa que sufocava os pulmões,
tateando o espaço vazio.

Existem poucas coisas tão assustadoras na existência, quanto tatear o vazio,
quanto não enxergar,
quanto não sentir,

e por um momento de desespero e impaciência, eu corri.
Corri tanto que só me perdia mais e mais,
corri até meus pés sangrarem negro, o que me fez perceber, que a cor do piso na verdade se tornara escura porque não parei nem sequer um segundo do meu tempo para tentar enxergar com clareza.

enquanto corria na escuridão subitamente cai,

em um buraco maior do que eu poderia sair,
e sem poder correr nem caminhar, fiquei por lá. E pela primeira vez pude parar.

Foi quando uma faísca no canto dos olhos chamou minha atenção.

Pois até mesmo na mais densa escuridão, a mais fraca das luzes se torna predominante.
Um único foco de luz, queimando ao longe...
que se tornava cada vez mais intenso,
conforme prestava atenção ela se aproximava cada vez mais de mim.

Chegando tão próxima a ponto de clarear todo o buraco em que estava preso.

Ela me estendeu a mão,
Foi ela quem me puxou,
Foi ela quem me fez sentir de novo,

Novamente pude enxergar,
e pela primeira vez ao tentar tatear o vazio que antes existia ali, entre meus ombros, um pouco abaixo do pescoço, pude sentir todo seu calor.

A claridade se fez presente,
não havia mais névoa,
o que era turvo se fez nítido,
e de mãos dadas, eu e aquela que me trouxe a Luz seguimos em frente.

Devagar,
sem pressa,

só Eu,
Ela,
e a pequena Claridade azul esverdeada, que surgiu quando nos tocamos.

...

Um comentário:

Alex&Elisa disse...

Parabéns pela maternidade moço!

Fazia um tempão que não vinha aqui...legal ver que os leitores estão virando gente grande...hahaha